Dedos, falanges


- Gostosa!

- Gostoso! Vem cá, porra!

Não lembravam que estavam ainda nos corredores do prédio. A calcinha dela a essa altura já era um pedaço de renda indecentemente retorcido para os lados. As calças dele posicionavam-se ridiculamente na altura dos joelhos. Línguas criativas passeavam com extrema desenvoltura em imensa variedade de recônditos da anatomia humana.

Largando gemidos pelo chão, conseguiram chegar até o apartamento. Com alguma dificuldade ele abriu a porta da sala com a mão esquerda enquanto a direita dedicava-se a acomodar em sua palma todo um hemisfério de bunda feminina. Ao norte, uma orelha é atacada cruelmente por uma língua com fluência em idiomas impróprios para menores e simpáticas velhinhas.

O quarto estava muito distante para as intenções de ambos. O felpudo e novo tapete da sala pareceu mais prático e desafiador para o atentado ao pudor prestes a ser consumado. As roupas pelo chão marcavam o caminho até o crime, um mero detalhe ainda separava a triunfal entrada de Falo nos úmidos Campos Rosados. Entre um suspiro ofegante e outro ela lembrou.

- Camisinha...

- Claro, claro...

Ele não podia ir muito longe sob pena de perda do clima. Pensou ter preservativos no móvel de preço proibitivo que sustentava a TV de plasma recém-chegada, a mesma que ficaria em sua lembrança ainda por, no mínimo, 36 meses. Esticou o braço e abriu uma gaveta, sem afastar sua boca do estratégico mamilo que explorava. Conseguiu. Encapou, entrou. Mal olhou.

20 minutos depois. Meia luz. Jazz. Cigarros. Clichês. Ele apaixonado, o melhor sexo de sua vida. Ela pede a palavra.

- Adorei a sacadinha da luva...

- Qual?

- Da luva cirúrgica no seu pinto.

- Ah...eu, eu...sabia que você ia gostar...

Então ele entendeu as cosquinhas inusitadas que sentiu durante. Eram dedos sobrando e não um modelo especial de vagina com cerdas internas. Sentiu-se enganado. Terminou tudo na manhã seguinte.

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Dance brother, dance



Asas, Eu quero


Trinta e sete mil reais. É o preço de uma ação de marketing nas ruas de São Paulo em uma Quinta-Feira às 5:40 da manhã. Foi quanto pagou a Red Bull Racing para percorrer com um carro de Fórmula 1 os 7,7 quilômetros entre o Teatro Municipal e o Parque do Ibirapuera no último dia 19 de outubro.

Ah, você mora na Zona Norte e estava no caminho do trabalho na Zona Sul pela interditada 23 de Maio justamente nesse horário? Seu IPVA está em dia e você tem o direito de circular pelas ruas com seu automóvel? Saiu mais cedo de casa porque era dia do seu rodízio? Estressado no ônibus porque trabalha muito cedo e precisava chegar na empresa às 7? Qual a importância de tudo isso quando uma multinacional precisa desesperadamente realizar uma ação promocional nas ruas da cidade, não é mesmo?

"Ah, mas foram só alguns minutos de um diazinho apenas", alguns podem dizer, mas não é essa mesma administração municipal que a todo custo tenta banir a mídia exterior nas ruas em nome da cidadania? E não importa a duração, a questão é que seja lá por quanto tempo foi, um interesse puramente comercial e privado foi sobreposto aos direitos de cidadãos que pagam impostos e já sofrem gigantescos problemas diários em seus deslocamentos no espaço urbano.

Fica a dica para que da próxima vez a Red Bull invista em uma ação mais prática para a vida paulistana e que tem muito mais a ver com seu posicionamento: a doação de asas para motoristas e pedestres fugirem dos engarrafamentos.

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Eu sou gostosa


O leste europeu nunca nos deixa no mão. Mamãe ficaria orgulhosa.

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Psiu


É complicado ouvir São Paulo, não porque seja muda, mas porque fala demais. É como uma vizinha encrenqueira: fala alto e o dia todo. Buzinas, motos, motores, britadeiras, escavadeiras, vibradores. A cidade zumberreia as 24 horas do dia na sua cabeça. Azar de quem mora próximo de avenidas muito movimentadas. Na verdade duplo azar. Primeiro pelo barulho em si, segundo pelo preço do conforto: caso queira instalar uma janela anti-ruído em seu quarto, prepare-se para desembolsar no mínimo uns mil contos, como dizem os flanelinhas da Vila Madalena.

Caso tenha um troco disponível, suas opções de isolamento acústico são as mais variadas, visto que a amplitude dos ruídos paulistanos é proporcional ao tamanho da cidade. Experimente dar um Google em “Janelas Anti-Ruído” e receba cerca de 98 mil ocorrências da palavra e dezenas de links patrocinados de empresas especializadas em livrar sua casa dos incômodos sonoros cotidianos.

O site da Atenua Som é bem didático e explica até mesmo o que é barulho com este parágrafo lapidar: “Barulho é, por definição, um som indesejável. Ele varia em sua composição em termos de freqüência, intensidade e duração. Sons que são agradáveis para algumas pessoas podem ser desagradáveis para outras. Por exemplo, os sons de música podem ser divertidos para alguns, mas outros já os consideram lesivos. Então, para um som ser classificado como ‘barulho’, este deve ser julgado pelo ouvinte”, ah bom, agora sim.

Já no sítio da FTS , “ONDE O SILÊNCIO É LEVADO A SÉRIO”, você entra no ritmo das janelas com uma bela trilha sonora que ambienta sua navegação. Incomodado com a música? Basta diminuir o volume ou desligar o som. Tudo pelo seu conforto auditivo.

Se alguns orçamentos depois você concluir que as janelas estão fora de suas possibilidades financeiras, arrisque uma solução caseira com espuma ou caixas de ovo, infelizmente ainda não disponíveis para a venda on-line, mas que podem ser facilmente negociadas na feira mais próxima de sua casa. Farei isso no fim de semana.

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Pesquisas


Não lembro direito, mas a idéia original acho que foi da Karla: postar buscas do Google que trouxeram visitantes até este sítio. É no mínimo curioso.

Por exemplo, ontem e hoje chegaram até aqui pesquisando por:

- Roupa íntima gordos (Não, essa pesquisa não foi minha)

- O isporte mais perigoso do mundo (Sic)

- Gardenal com pinga You Tube (Tem gosto pra tudo)

- Arte em jujubas (E tem mesmo)

- Tatuagens pubianas (Opa, se for em mulher também quero ver)

- Fotos de pessoas tomando açaí (De mulher nua tomando açaí? Boa sugestão para ensaio da Trip)

- Dança FoxTrot (Shake your money maker!)

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Não é querer falar nada não...


mas, ao contrário deste blog, o Ressaca Moral está bombando.

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Pandolfo, Thomaz. RH. Sua vida. Episódio I


*Por Paulo Guedes e Doda Vilhena, também disponível no perestróico Ressaca Moral.

Durante a semana Thomaz Pandolfo acorda pontualmente às 6:30. Nos sábados se dá ao luxo de dormir até às 8:00. Aos Domingos ele acorda às 7:00 para ler o jornal, mas geralmente cochila no sofá durante a manhã enquanto assiste aos desafios internacionais de esportes irrelevantes envolvendo Brasil X outro país.

Pandolfo é pontual e responsável como todo bom funcionário de RH. Ele trabalha no departamento há 5 anos, desde que se formou aos 28 em Administração de Empresas com Ênfase em Comércio Exterior. Estudou em uma dessas faculdades particulares de sigla estranha e logomarca em fonte itálica não-serifada.

Thomaz chega ao trabalho pontualmente às 9:00. É saudado com gracejos por todas as colegas - é o único homem de sua seção. Gisele, Carol, Ana Flávia, cada uma tem um jeito diferente de cumprimentá-lo. Mas é Ana Flávia quem lhe oferece um copinho de café - "Acabei de preparar" - e lhe entrega o primeiro desafio de todos os dias: a lista de aniversariantes.

Thomaz foi criado em família humilde. Seu pai abandonou a mãe e os quatro filhos antes mesmo que ele tivesse oportunidade de conhecê-lo. Aprendeu a se virar sozinho e a valorizar cada oportunidade que recebe. É por isso que se dedica com tanto afinco a cada pequena tarefa de que é incubido. "É pra já", responde Thomaz a Ana Flávia. Abre o Word e, minuciosamente, começa a digitar. "A... ni... ver... sa... ri... an... tes". Gaba-se de jamais precisar usar o corretor ortográfico.

Às 11:00 os problemas já se acumulam sobre a mesa de Pandolfo. Além de não estar conseguindo descobrir a data de aniversário de Luís Augusto Barineu, o novo estagiário do marketing, chega também a informação de que o aviso para não urinar fora do vaso foi estupidamente arrancado do banheiro masculino do terceiro andar.

“Foi coisa do pessoal da contabilidade”, ele conjectura para si mesmo com uma certeza profunda, mas que poderá revelar somente após concluir as investigações. “Eles pagarão por isso”, fala baixinho em maquiavélico tom.

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Nada mejor para el dia de hoje


Hoje es Lo Dia Internacional de Hablarse Portunhol e yo no poderia ficar de fuera, visto que soy un entusiaste de lo idioma.

Pero, no tengo muy o que falar hoje, a no ser que estoy muy puto de estar trabajando numa sexta-fieira que poderia estar en la forca.

Como no estoy a hacer nada hoje, solamente navegando em la web, posto aqui algunos links interejantes, con usted:

http://dedadadigital2.servik.com/LuizeAltenhofen/
La Luize Altenhofen em la Playboy brasileña.

http://www.youtube.com/watch?v=a-jaybBMXRk
Chiru. Lo hombre, la lenda, el mito.

http://www.flickr.com/photos/callseven/29032066/
Una nueva receita para hacer maravijas em su cozinha.

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Açaí, coco e kibe


d0da diz:
o açaí daqui tem gosto de suco com caramelo, sei lá

d0da diz:
lembra um açaí que ficou na geladeira por um dia, com groselha

Ma diz:
credo

Ma diz:
já não sou muito de doce

Ma diz:
imagina comer uma parada de fruta e ainda com gosto ruim

Ma diz:
uma vez comi pudim morno...tipo, foi tirado da geladeira e ficou em cima da mesa, porra...fiquei zonza um dia inteiro

Ma diz:
e passei anos sem comer pudim

d0da diz:
certa vez eu ia passar o carnaval na praia, tinha uns 14 anos, ia com um casal de tios e os primos. na tarde da viagem fui informado que não teria lugar no carro pra mim

d0da diz:
passei o carnaval comendo pipoca puto em casa

d0da diz:
comi pipoca de todo jeito

d0da diz:
salgada, com açúcar, leite condensado, doce de leite

d0da diz:
depois desse carnaval eu não consegui ver pipoca na minha frente durante uns 4 ou 5 anos

Ma diz:
mas tu és noiado com pipoca, né?

Ma diz:
não come com manteiga...

Ma diz:
passou mal comendo as bichinhas

d0da diz:
quem és tu pra falar da minha nóia com pipoca, não comes amendoim porra!

Ma diz:
é

Ma diz:
não como

d0da diz:
tão bom aqueles confeitados no sorvete...

d0da diz:
não?

Ma diz:
não mesmo

Ma diz:
nem azeitona

Ma diz:
nem coco

Ma diz:
nem chuchu

Ma diz:
muito menos pepino

d0da diz:
tão bom coco

Ma diz:
ta é doido

Ma diz:
me dá aflição pensar naqueles fiapos

d0da diz:
docinho de coco, também não?

d0da diz:
eu adoro cocada

Ma diz:
eu curto brigadeiro com kibe

Ma diz:
passar o kibe no brigadeiro

d0da diz:
de onde tu tiraste isso???

Ma diz:
das festinhas de criança

Ma diz:
sempre comia isso

Ma diz:
cream cracker com mostarda também é sucesso

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Post que não merece título


Confesso, minha implicância com Los Hermanos começou gratuita. Quer dizer, gratuita nada, como achar legal uma banda que estoura com uma porcaria de musiquinha chiclete como aquela? Sim, você sabe de qual estou falando.

Depois eles surgiram com essa roupagem cult. “Olha, fizemos aquele trabalho mais comercial pra ganhar grana e espaço para tentarmos uma coisa mais a nossa cara a partir de agora”. Eu escutei o segundo disco. Achei chato, muito chato, porra, na verdade é chato pra caralho. Não digo que os caras são ruins de letra ou de som, eu apenas achei chato, só isso.

Aí eles se transformaram em unanimidade descolada. “É música boa”, “Como assim ‘cê’ num gosta?” e, como geralmente acontece nesses casos, atingiram as mentes culturalmente medianas pretensamente entendidas de alguma coisa - “Os cara saum fodaahhh!”, “Pau no seu cuh céu otáriu c vc num gosta vai escutar charlie braun”.

Ah, os pouco saudáveis fanatismos.

Mas enfim, o pensamento humano evoluiu justamente combatendo absolutistas donos da verdade e, por esse aspecto, é ótimo que esses chatos barbudos tenham fiéis seguidores esbravejando por aí, fica mais fácil um dia desmascará-los como malas sem alça que são. Veja o caso do Legião Urbana: hordas adolescentes fanáticas seguiam Russo e seus comparsas como se fossem deuses e hoje em dia a maioria da humanidade não consegue escutar 30 segundos da banda. Já o Roupa Nova, por exemplo, nunca teve mais que 8 pessoas chorando sinceramente em seus shows e vejam só no que deu: até hoje ainda se acham no direito de lançar acústicos e fazer turnês pelo país e ninguém se revolta contra isso, ou seja, faltaram fanáticos lá atrás nos anos 80 tentando nos impor “Clarear” ou “Dona” como verdades universais para que pudéssemos rejeitá-los da maneira que mereciam.

Toda esta enrolação foi proferida para que eu pudesse provar por amaisbê que minha implicância com os Los Hermanos não é gratuita, hoje eu tive mais uma prova disso: graças ao blog do Matias, fiquei sabendo que Marcelo Camelo possui um...vejam só, blog. Eu não vou falar nada, nada. Apenas visite e depois diga o que achou.

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En espanhol es muy mejor


Comieçando lo esfuerzo por Lo Dia Internacional de Hablarse Portuñol en neste blogo, deixo para usted un poquito de Los Ramón!

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