Dedos, falanges


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- Gostosa!

- Gostoso! Vem cá, porra!

Não lembravam que estavam ainda nos corredores do prédio. A calcinha dela a essa altura já era um pedaço de renda indecentemente retorcido para os lados. As calças dele posicionavam-se ridiculamente na altura dos joelhos. Línguas criativas passeavam com extrema desenvoltura em imensa variedade de recônditos da anatomia humana.

Largando gemidos pelo chão, conseguiram chegar até o apartamento. Com alguma dificuldade ele abriu a porta da sala com a mão esquerda enquanto a direita dedicava-se a acomodar em sua palma todo um hemisfério de bunda feminina. Ao norte, uma orelha é atacada cruelmente por uma língua com fluência em idiomas impróprios para menores e simpáticas velhinhas.

O quarto estava muito distante para as intenções de ambos. O felpudo e novo tapete da sala pareceu mais prático e desafiador para o atentado ao pudor prestes a ser consumado. As roupas pelo chão marcavam o caminho até o crime, um mero detalhe ainda separava a triunfal entrada de Falo nos úmidos Campos Rosados. Entre um suspiro ofegante e outro ela lembrou.

- Camisinha...

- Claro, claro...

Ele não podia ir muito longe sob pena de perda do clima. Pensou ter preservativos no móvel de preço proibitivo que sustentava a TV de plasma recém-chegada, a mesma que ficaria em sua lembrança ainda por, no mínimo, 36 meses. Esticou o braço e abriu uma gaveta, sem afastar sua boca do estratégico mamilo que explorava. Conseguiu. Encapou, entrou. Mal olhou.

20 minutos depois. Meia luz. Jazz. Cigarros. Clichês. Ele apaixonado, o melhor sexo de sua vida. Ela pede a palavra.

- Adorei a sacadinha da luva...

- Qual?

- Da luva cirúrgica no seu pinto.

- Ah...eu, eu...sabia que você ia gostar...

Então ele entendeu as cosquinhas inusitadas que sentiu durante. Eram dedos sobrando e não um modelo especial de vagina com cerdas internas. Sentiu-se enganado. Terminou tudo na manhã seguinte.


4 Responses to “Dedos, falanges”

  1. Anonymous Anônimo

    rs...um pouco broxante..mas como diz o velho ditado popular..."quem não tem cão caça com gato" né?!!

  2. Anonymous Anônimo

    Saudades do início dos anos 80, quando não se parava para abrir gavetas... (suspiros)
    Vim pelo blog do Xico. 30 minutos e apenas um selinho? Mulher malvada, hem? rs

  3. Anonymous Anônimo

    Muito bom! Gostei do texto, mas foi maldade terminar, quem não sacou que era uma luva foi vc, vai que deu mais tesão na moça? rs. Ah, falando em moça, termina com essa que te deixou depois de 30 minutos de massagem, sacanagem...

  4. Anonymous Anônimo

    Pois o final é que é espetacular.

    Até a última frase o texto é cheio de descrições de embrulhar o estômago de tão clichês.

    Até pensei: "isso é coisa do Doda...?!"

    Mas em 5 palavras ele te mostra o Propósito e o texto fica ... Genial.

    Beijão meu caro amigo.

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