Metendo a mão na merda


Adoro política. Quem lê o que escrevo aqui e não me conhece pode achar que não ligo para o assunto ou que não o levo é sério. Não é bem assim. Apenas não me pronuncio a respeito porque minha intenção neste espaço não é falar de política (pois alguns links aí do lado fazem isso muito melhor do que eu) e sim de amenidades, cultura inútil e demais tranqueiras que possam fazer alguém rir.

Mas, como boa parte do país parece não saber, domingo temos eleições e, mesmo sabendo que estas linhas não vão mudar o destino do país, ainda acredito que possamos sair da merda. Não agora imediatamente, pois a exaltação da ignorância, o júbilo da burrice e o orgulho da preguiça mais uma vez chegarão ao poder.

No meio da lama ainda existem uns caras que tentam não afundar, é sério. Procure direitinho, até para que em uma próxima eleição você possa ajudar esse pessoal a continuar lutando contra os escroques, os filhos da puta, essa gente deprê. Esse post aqui do colega blogueiro Alexandre Inagaki tem ótimos links para quem quer separar o joio do trigo. Também recomendo a leitura diária de No Mínimo (não acredite em tudo por lá, nos últimos tempos achei penas de tucano em vários textos) e o excelente blog do Alon, talvez o melhor atualmente quando o assunto é política.

Não, eu não acho que as opções que temos fora o PT sejam boas. Heloísa Helena é uma anta acéfala e fanática (opa, anta acéfala e fanática seria um pleonasmo?) de perigosos traços autoritários esquerdistas. Geraldo não é uma anta, porém é outro fanático religioso que se diz social democrata, mas tem cores que lembram o que há de pior na direita brasileira (ah, o PFL está ao lado dele, né? Um detalhe apenas). Infelizmente ninguém levou o Cristovam a sério. Era o único discurso realista presente nesta eleição. Quem sabe daqui uns 50 anos a gente aprenda a escutar melhor.

Sobre o cara que vai ganhar a eleição? Sinceramente, não tenho ânimo para comentar. Mas fico profundamente triste por ninguém estar ligando para tudo que aconteceu. Pior são as pessoas que se dizem indignadas, “vou votar no Alckmin, esse Lula é um ladrão ignorante e o escambau”, mas que são as mesmas que subornam o guarda, que acham legal o juiz roubar a favor do seu time, que furam uma fila dando risinhos ou acham legal a polícia baixar a porrada em pobre. Seria ótimo ver todas essas pessoas tomando diretamente no olho do cu, felizmente estamos em uma democracia e eu não posso sair por aí com uma submetralhadora automática passando fogo nessa turma.

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Pets


Estou considerando a possibilidade de comprar um cachorro. A primeira fonte de pesquisa, obviamente, foi a Internet. Independente do cão que posso vir a comprar ou não, eis alguns links interessantes do Mercado Livre:

- Seu apartamento é grande? Que tal um belo filhote de avestruz? http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-47908421-filhotes-de-avestruz-de-15-50-dias-de-nascidos-oferta-_JM

- Fofinho e mais barato que muito bicho de pelúcia por aí: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-48485233-mini-fuzzy-lop-oferta-imperdivel-_JM

- Agora já sei qual a raça de Guilhermoso Wild Chicken, o frango selvagem do rock and roll: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-48427772-galos-e-galinhas-raca-musico-_JM

- Prática, econômica e nutritiva fonte de alimento. Leia a descrição: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-48082051-_JM

- Quack, quack, orumba, quinbundo, adis, adis, babawana: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-48203799-ganso-africano-_JM

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Considerações


aleatórias a respeito dos últimos dias:

- O texto anterior postado neste blog teve a participação do aristotélico Tylon Maués colaborando com uma hilariante piada.

- A última sexta, 22 de setembro, era o tal dia mundial sem carro. Demorei cerca de uma hora e quarenta minutos de ônibus da minha casa na Vila Mariana até a agência onde trabalho no bairro do Itaim. Hoje, 25 de setembro, um dos outros 364 dias mundiais com carro, levei 30 minutos utilizando o mesmo meio de transporte na mesma Vila de São Paulo de Piratininga.

- Uma noite de show do Matanza também pode ser uma noite de amor.

- Eu não gosto da comida do restaurante onde costumo almoçar, mas insisto em comer lá pela simpatia dos funcionários e pelo Twix de brinde que é oferecido ao final da experiência.

- Passei o dia escutando o novo CD do Los Pirata, La Revuelta, penosamente presenteado pelo amigo Jesús Sanchez, baixista do grupo e careca. Aliás, o site novo da banda foi produzido pelo outrora gordinho Marcello Friko, mais um destes que chamo de amigo.

- Os também amigos Marcelo Damaso e sua amada Renée Chalu estão de passagem por estas bandas e hospedados em minha casa. Temo pela saúde do meu fígado.

- O inverno está acabando e sequer fui consultado a respeito.

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Passos


- Bom dia, eu quero uma cartela de aspirinas.

- Foxtrot?

- Er...não, aspirina.

- Você dança Foxtrot?

- Não, sou péssimo com os pés, mas...você tem ou não aspirina? Eu só quero comprar um medicamento, pode ser?

- Senhor, eu só vendo qualquer coisa depois que o cliente dança algum ritmo.

- Olhe, eu não tenho tempo pra esse tipo de brincadeira, vou comprar a aspirina em outra farmácia. Até logo.

- Pereira, fecha a porta do estabelecimento agora! O cliente aqui disse que não vai dançar!

- Cara, eu vou começar a me irritar, mande seu funcionário abrir a porta...

- Amigo, quem está ficando irritado sou eu, só pedi para você dançar um pouco de Foxtrot, tenho vários CDs aqui, você pode até escolher o artista, qual o problema, heim? Me responde?

- Você não pode apenas vender a droga da aspirina e resolvemos o assunto?!

- “droga da aspirina”? Agora você vai começar a destratar os medicamentos do meu estabelecimento? Você pensa que está onde?!

- Eu não acredito...isto tudo é sério? Eu vou sair agora daqui e se esse seu funcionário não sair da frente eu arrebento toda esta joça!

- Você não vai a lugar algum, está vendo isto aqui nas minhas mãos? É uma seringa com um laxante turbinado, dez vezes mais potente que qualquer similar no mercado, receita minha. Pereira, me ajuda a segurar o moço aqui...

- Me segurar é o cacete, eu baixo a porrada nos dois e, ai eu não acredito!

- Que foi? Você...você tá...tá chorando??

- Snif...amigo, eu só queria comprar aspirina, juro, por favor, eu pago o dobro, venda as aspirinas e me deixe ir embora, por favor! Buááááá...

- Olhe, eu não tenho o coração de pedra. Não posso deixar de me sensibilizar com o pranto de um homem, mas entenda o meu lado, eu só posso vender se você dançar.

- Snif, mas eu...snif, não acredito nisso, todo mundo que compra algum remédio aqui dança??

- Sim.

- É sempre, snif, Foxtrot?

- Varia, eu geralmente digo qual o ritmo, mas sou flexível. Até deixo o cliente mudar, desde que seja no mesmo tom. Essa é a semana do Foxtrot, você até poderia pedir uma Polca...olha, tem uma senhora de 63 anos que mora aqui na rua de cima que você não acredita no que essa mulher dança, é uma das nossas melhores clientes, vem aqui até quando não precisa.

- Snif...

- Então, dança um pouco pra gente? Ãn? Vamos lá garoto, sabemos que você é capaz, alguns ficam tímidos no começo, mas logo se soltam, não é Pereira? Fala aqui pro moço.

- Por favor, me dê a Aspirina, eu danço, eu juro que danço, mas por favor vamos acabar com isso logo, sim?

- Ah não, de má vontade não vale!

- Não, não! Eu juro que não estou de má vontade, estou muito contente e alegre, olha só, já estou de pé! Vamos, onde está a música! Manda lá que eu digo no pé, ô se digo!

- Você está fingindo.

- Que fingindo o que! Aposto que você não é melhor do que eu, vamos lá, snif, pelo amor de Deus, coloque este Foxtrot no player, homem, vamos!

- Pereira, vamos aplicar o laxante, ele está zombando da gente.

- Aplica vai, aplica essa merda! Seu farmacêutico insensível de merda, eu ia dançar, ia dançar como nunca dancei em minha vida “what a feeeeeling!!!”, mas nãããããoooo, o sabichão aí, dono da verdade, o Carlinhos de Jesus dos genéricos, o deus dos tarjas pretas, senhor de todas as curas, soberano da química medicinal, o algoz dos...

- Chega! Cala essa boca! Ok, vamos ver do que você é capaz. Pereira, Foxtrot pro homem!

- Agora sim! Agora sim vamos separar os meninos dos homens...ó, ta vendo, ó...presta atenção...ó....e esse passo aqui? Ãn, o que me diz?

- Er...cara...

- Olha aqui, olha aqui! Shake your money maker! Vamos lá cara, aposto que você não remexe assim como eu...

- Isso é Twist.

- Como é?!

- É Twist, típico de twist, esse passo aí é um double party, nada mais Twist. Diz aí Pereira, não é Twist?

- Escuta aqui cara, eu mostrei o melhor de meu Foxtrot, não venha querer ensinar sacristão a rezar o terço.

- É o padre. É “ensinar o padre a rezar o terço”.

- Que seja, mas você acha que o sacristão também não sabe? Ele vive ali do lado padre!

- Não desvie o assunto, dance o Foxtrot agora ou não tem aspirina.

- Então ta, que se exploda a minha cabeça, eu não vou levar aspirina nenhuma, mas você não entende nada de Foxtrot, adeus!

- Já vai tarde, seu arrogante! Saia agora do meu estabelecimento! Pereira, abre a porta e enxota esse cara daqui!

- Ninguém me toca! Eu saio sozinho!

- Pereira, será que esse babaca volta na semana do Twist?

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Roupa íntima não é nome de banda dos anos 80


*Originalmente publicado em novembro de 2005 no perigoso Ressaca Moral

Há algum tempo uma visita ao supermercado já lhe resolve bem mais a vida do que apenas encher a geladeira ou comprar iscas mata-barata. Você encontra farmácia, livraria, caixa eletrônico, casa lotérica, locadora de vídeo, restaurante por quilo, lavanderia e um sem número de etecéteras que variam de acordo com o tamanho ou criatividade do estabelecimento.

As maiores casas do ramo supermercadista geralmente vêm acompanhadas também de uma loja de departamentos, com roupas, eletroeletrônicos, brinquedos e outras seções onde, como nas citadas anteriormente, são vendidos produtos que eu não tenho dinheiro para comprar e mesmo assim insisto em parcelar no cartão.

Adoro visitar a padaria do supermercado. Geralmente elas possuem boa variedade de salgados. O de perto da minha casa tem um excelente enrolado de peru com queijo. Um ou outro dia da semana na volta do trabalho costumo comprar 3 desses enrolados, um refrigerante light e ir para casa jantar.

Noite dessas, no caminho de volta ao estacionamento, passei pelo meio da loja de departamentos acoplada ao restante do supermercado. É um pouco estranho ver sapatos sociais com 25% de desconto a 10 metros dos hortifruti, confesso, mas lembrei que eu não teria cuecas limpas para o próximo dia. Como é mais fácil comprar cuecas do que arrumar vontade para lavá-las, resolvi adquirir uma tradicional embalagem com três (uma branca, uma azul e outra na esquisita cor creme-feijão mulatinho). Enfim, a mesma embalagem que sua mãe comprava para o seu pai nas Lojas Americanas, pois como sabemos, de cada 10 homens, 11 não compram as próprias cuecas.

Ao lado das embalagens baratinhas, reparei nas cuecas mais caras, vendidas separadamente e expostas com maior dignidade. Escolhi duas dessas também, pensei que poderiam servir para causar melhor impressão em uma rara noite bem-sucedida onde consigo enganar alguma mulher com minha conversa furada.

Perguntei à vendedora onde era o caixa. Muito solícita, ela me informou que a compra poderia ser efetuada nos próprios caixas do supermercado. Surgiu um certo constrangimento quando olhei para a fileira de guichês onde senhoras compravam sabão em pó, crianças agarradas ao vestido das mães consumiam salgadinhos Elma Chips e homens barrigudos de meia-idade levavam os apetrechos para o churrasco de sábado. Neste momento, eu possuía nas mãos: um saco com três enrolados de peru com queijo, uma coca-cola light de 600ml, uma embalagem com três cuecas D’uomo e duas cuecas brancas Mash, modelo slip com elástico largo.

O jeito foi encarar a fila com as cuecas na mão. Após quatro ou 5 minutos chega a minha vez. O código de barras da caixa com três cuecas passou rápido pelo leitor e logo já estava em uma sacola do supermercado. As cuecas avulsas, acomodadas em um mini-cabide e com um plástico de proteção, precisaram ser retiradas da embalagem para que seu código fosse lido. A operadora do caixa então abriu as duas peças na minha frente. Minhas cuecas nunca foram das menores devido a minha conturbada relação com a balança, logo, a cena da futura roupa íntima de minha propriedade sendo exposta publicamente no supermercado não foi das mais confortáveis, apesar do ar de “você é o centésimo gordo que compra cuecas aqui hoje” da moça do caixa.

Supermercados deveriam ser proibidos de vender cuecas (a que estou usando neste momento, uma das três do pacote, passou pelo mesmo caixa onde são compradas ceras multiuso e quartas de charque ponta de agulha) e acho que da próxima vez vou deixar a tarefa de comprá-las para a minha mãe, como era no princípio e deveria continuar sendo agora e sempre, amém.

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Once upon a time in San Pablo


Continuo sem tempo de escrever, então vou usar o já manjado expediente de postar vídeos youtubísticos para atualizar essa joça.

O motivo principal da falta de tempo é que, por uma incrível seqüência de eventos, as coisas em São Paulo têm dado impressionantemente certo pra mim (não, deus [minúsculo proposital] não tem nada a ver com isso). Não consigo parar de trabalhar e dificilmente durmo antes das duas da manhã, devo estar envelhecendo mais rápido, mas não tem problema, vai ajudar a mudar um pouco minha cara de moleque.

Considero a cena postada abaixo como um dos momentos mais escrotões da história do cinema. Bronson é Deus (maiúsculo proposital). O duelo final de Era Uma Vez no Oeste também está disponível no You Tube, mas não vou indicar o link porque não seria justo revelar o segredo para quem nunca viu o filme inteiro.


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E tome You Tube


Torn - http://www.youtube.com/watch?v=Z2yNzw00mpA
Dica do amigo Léo Lobato.

Warlock - http://www.youtube.com/watch?v=XuXulKWy3Cc
Uma das duas centenas de bandas faforeiras que o Heavy Metal dos anos 80 produziu. Atenção nos cortes de cabelo e no rebolado da Doro, a vocalista cafona, mas plenamente comível. Êêê lá em casa.

Ok Gohttp://www.youtube.com/watch?v=pv5zWaTEVkI
Ah, não. Você ainda não conhece o Ok Go? Então tome vergonha na cara e faça o favor de assistir o vídeo. Procure também por outras músicas deles. Recomendo o clipe de “A million ways to be cruel”.

The Bottle Dance - http://www.youtube.com/watch?v=QEes9XFWt8w
Deixe de preconceito e vá ralar.

Sealab 2021 - http://www.youtube.com/watch?v=9QTJ--CUODU
A versão original. O Adult Swim brasileiro exibe sem a piadinha do espanhol-português.

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