Cenário: agência de propaganda multinacional com faturamento na casa dos milhões instalada em prédio modernoso em Pinheiros.
Personagem: publicitário paraense novo na cidade carregando pesada pasta com seu portifólio e pesada mochila com: guia de São Paulo 2001, câmera digital, CDs de backup diversos, carteira, cigarros, caneta, óculos, uma cocada escura comprada na lancheria do Ary e celular.
- Bom dia, a Luciana redatora, por favor.
- Só um momento, por favor.
Enquanto a recepcionista ligava para o ramal correspondente, o sedentário rapaz, acostumado a carro próprio e ar-condicionado, tenta enxugar com os braços e as mãos o suor causado pelas intermináveis caminhadas entre estações de metrô e pontos de ônibus sob o sol de inacreditáveis 34 graus paulistanos.
- Senhor, ela ainda não chegou, o senhor aguarda?
- Sim, claro.
Fumar lá fora pareceu uma boa idéia. Duas mulheres na faixa dos 30 anos acabaram de passar com cigarros nas mãos rumo ao fumódromo. Jesus, Maria, José e que mulheres. Um telefone desses na agenda não faria mal nenhum, heim? Também não faria bem, a julgar pelo alto nível técnico dos layouts femininos em questão, seria azeitona demais para a empada do jovem redator desempregado de 26, fora de forma, sem carro bacanudo, sem loft descolado e possuidor de celular pré-pago. Enfim, ao menos a paisagem seria mais bonita durante o ato de fumar. Aceso então o cigarro foi.
Nenhum cinzeiro pelas proximidades, cinzas ao vento. As duas são muito bonitas. Uma é mais classuda, deve ser atendimento. A mais informal, pelo jeito engraçadinho, deve ser da criação ou RTVC. Um dia quem sabe ele toma café com uma das duas, mesmo que seja levando uma bronca no meio do corredor por causa de campanha atrasada.
O cigarro acabou, as duas já subiram, onde jogaram as baganas? Seria falta de educação lançar no estacionamento. Ah, logo ali tem um lixeiro meio esquisito com um saquinho plástico comprido. Interessante, deve ser uma dessas peças de design com funções primárias, porém caríssimas. Bagana devidamente jogada fora.
....
Corta para outra agência. Fim de entrevista, tempo de fumar um cigarro na entrada do prédio até a chuva diminuir. Olha só, o mesmo tipo de cinzeiro com o plástico comprido. Deve ser um padrão em de empresas do setor de comunicação.
Já sabendo onde depositar a bagana ao final do cigarro, o redator vai fumando e apreciando o movimento de entrada e saída do edifício. Um senhor com jeito de quem trabalha no departamento financeiro chega na porta de entrada e fecha seu guarda-chuva. Estranhamente ele o deposita no lixeiro de plástico comprido...ei, mas aquilo não é um lixeiro é um...embalador de guarda-chuva?! Ele retira o guarda-chuva devidamente embrulhado em um plástico e magicamente outro saquinho comprido aparece no mesmo local.
Er...
ehehehe algum quarda-chuva irá premiado com sua bagana
Jesus, Maria y José... essa frase foi dita muitas vezes na reunião de quinta do Senadinho por causa de duas maravilhas da genética. Rapá, ninguém da mesa conhecia as figuras. O bar da Walda tá cada dia melhor.
"Quer parar de agir feito uma louca?" - pergunta engraçadinha de Agenor, o capataz da novela Canavial das Paixões, no capítulo de hoje (reprise).
Eles devem contratar uma empresa terceirisada so para fazer saquinhos plasticos, que nao faz nada alem de desenhar saquinhos e ganha muito bem com isso, acho que se eu me apertar seria bom abrir uma empresa dessa em sampa...
hahahahahahaha s e n s a c ...
Hehe micos impagáveis!