O guia definitivo para situações inesperadas


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(este texto também está publicado no horroroso www.ressacamoral.com)

Sábado à tarde na casa da namorada nova. Vocês estão abraçados no sofá zapeando a TV. Você prefere o Atlético Jabaroca x Jequitinhonha, decisão da Taça Mossoró, mas ela vence a disputa e vocês param numa reprise de Will & Grace. De repente, a bebedeira da noite anterior manifesta-se no intestino.

- Amor, seu celular vibrou, é mensagem?

Você sabe que não é o telefone. As duas dúzias de cerveja e mais o caldinho de feijão consumido às 5:30 da manhã não lhe deixam mentir.

- Benzinho, vou ao banheiro.

- Mas amor, é o último espisódio da terceira da temporada.

Leve corrida ao banheiro, porta trancada. Ah, o trono. Aqui você é rei. O diálogo com o vaso não será dos mais silenciosos, melhor ligar a torneira para abafar o ruído do bombardeio. Tudo nos conformes e os Tomahawks caem violentamente sobre Bagdá. Alívio.

Ele deveria estar ali, o papel, o maldito papel. Nervos sob controle, não temos papel, mas ao menos temos o...chuveirinho, não, não temos. No lugar dele apenas um cano tapado com uma rolha. Ela mudou com a vó para esse apartamento há pouco tempo, ainda não tem chuveirinho no banheiro. Agora sim podemos nomear a situação de crítica. O namoro é recente, não existe intimidade suficiente para que se abra a porta clamando por socorro.

- Amor, você vai demorar muito? Você tá respondendo a mensagem do celular, é? É a vagabunda da Fernanda te procurando? Ai, eu sabia! Eu sabia!

- Benzinho, não, você não está entendendo...

- Então sai daí e explica porque eu quero entender, porra, bem que a Jú me avisou que você ainda gostava daquela piranha, mas nãããooo, a idiota aqui resolveu tentar porque achava você isso, você aquilo, não, Jú, ele esqueceu a pilantra, eu sei, ele me jurou isso, esqueceu é o caralho, cafajestefilhodaputa, e o Diogo no meu pé, apaixonado, apaixonado, sabia disso, ô seu bosta, mas lembra da semana passada quando você disse que não podia me pegar na faculdade, pois é, ele podia e quer saber, dei, dei mesmo, fiquei toda arrependida achando que tinha feito merda, e a Jú, sim, a Jú, sua melhor amiga, deu apoio, sabia, ele é um cuzão, não te merece, chifra mesmo, aliás, ela também escondeu o meu porre e o meu vexame no churrasco do seu irmão, aquele gostoso, ah, que por sinal me comeu no banheiro enquanto você tava puxando o saco do seu chefe, o mesmo que vai te demitir na segunda quando eu contar quem foi que enviou aquele e-mail com a montagem dele pelado dando a porra da bunda pro cavalo, seu bosta! Seu bosta! Aproveita que você é um merda mesmo e te enrola todo com a porra do papel que tá no caralho do armário azul em cima do espelho! Vou sair, vou pra puta que pariu e se quando eu voltar te encontrar aqui, juro que te jogo pela janela com aquela porra de CD do Emmerson Nogueira que você me deu de presente e eu dizia que gostava só pra te agradar!

Problema resolvido. Com sorte você ainda pega o segundo tempo do jogo. Parece que a Vó dela torce pelo Jabaroca.


3 Responses to “O guia definitivo para situações inesperadas”

  1. Anonymous Anônimo

    hahahaha literalmente, que merda!

    adoro esses teus personagens apáticos :P

  2. Anonymous Anônimo

    hahahaha literalmente, que merda!

    adoro esses teus personagens apáticos :P

  3. Anonymous Anônimo

    Sensacional Dodinha!!
    É impressionante, como nós mulheres conseguimos ser tão insanas...enquanto os homens são muito mais simples!

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