Tampa da Panela
Published quarta-feira, agosto 02, 2006 by Doda Vilhena. | E-mail this post
- Gosto de você.- É tarde.
- Desculpa, não olhei a hora, são mais de meia noite?
- É tarde pra gostar de mim.
- Então às oito da manhã posso gostar?- Até pode, mas não conte com a recíproca.
- Não a conheço, só de ouvir falar.- Quem?
- A recíproca, porra.- Eu dei oportunidade de você conhecê-la, quem gostava de alguém aqui era eu, lembra?
- Lembro...mas na época não dava, você sabe.- Sei merda nenhuma.
- Minha cabeça é complicada, você nunca entendeu.- Eu quero dormir, você poderia gostar de mim longe do telefone e sem me encher o saco com esse blá, blá, blá de “cabeça complicada”?
- Eu sempre te amei, só não tinha certeza.- Frase interessante, até tirou um pouco do meu sono. Você ganhou mais algum tempo antes que eu desligue.
- É isso, ora bolas. Vamos ficar juntos?- Perdeu tempo, ainda lhe restam 10 segundos.
- Er...porra! Eu apenas tive certeza, não é suficiente??- 5 segundos.
- Tá, tá! Pára a contagem...eu confesso!- Prossiga.
- É o meu carro. Ele parou no meio da rua aqui no seu bairro, esqueci o celular em casa, não tenho um puto no bolso e estou ligando de um posto de gasolina...sei que é pedir muito, mas você pode me ajudar?- Onde fica o posto?
- Er...pera lá, vou ler as placas...Rua General Osório com Avenida 15 de Abril.- O que aconteceu em 15 de abril?
- Sei lá.- E General Osório, quem foi?
- Também não sei, Guerra do Paraguai?- Eu também não faço a mínima idéia, desculpe.
- Alô? Alô?!
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